Tendências de varejo para 2024: como o setor pode se preparar para um ano mais promissor
Um artigo assinado pelo diretor-executivo de produtos de varejo da TOTVS, Elói Assis, sobre as tendências de varejo para 2024, repercutiu na mídia nos últimos dias.
De acordo com o autor, o caminho para os varejistas neste ano é atacar, começando com investimento na presença em canais digitais. Para embasar, ele cita a pesquisa Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) de Varejo, produzido pela TOTVS em parceria com a H2R Insights e Trends, que constatou que 94% dos varejistas já possuem pelo menos um canal de vendas digital, mas, para ele, é preciso mais: “o uso das redes sociais nessa jornada de compra é uma tendência forte, que merece atenção”.
Segundo o texto, a pesquisa Social Commerce 3.0 – Tendências de consumo nas redes sociais, elaborada pela Opinion Box em parceria com a All In, que entrevistou 1.152 pessoas de todo o Brasil, e apontou que 72% dos entrevistados utilizam as redes sociais para fazer compras e 74% usam as redes sociais para pesquisar informações sobre os produtos de seu interesse.
“Estratégias eficazes de social commerce envolvem o uso de conteúdos relevantes e interativos para impulsionar as vendas. As redes sociais baseadas em vídeos curtos, como o TikTok, o Reels do Instagram e o YouTube Shorts, têm ganhado protagonismo com conteúdos educativos ou explicativos sobre os produtos, mostrando as utilidades, os benefícios, etc. O WhatsApp também é um “queridinho” das vendas. Ainda segundo a pesquisa, 56% do público compra por meio da ferramenta e 44% se interessam pelos produtos a partir das promoções e comunicações que recebem”, pontua o artigo.
Elói, no entanto, relata que, quando o assunto é presença digital, alguns varejistas, na ânsia por se modernizar, acabam privilegiando as gerações mais jovens e excluindo as mais velhas; enquanto outros deixam de investir na presença digital e acabam perdendo oportunidades de engajar novos públicos. A dica do especialistas para isso é manter sempre uma estratégia híbrida. Para isso, a receita dele é: “Personalizar estratégias de marketing e ofertas para atender às expectativas desses diferentes públicos. Para isso, é preciso contar com times diversos – não só em relação à gênero, mas também à idade – a fim de ter essa multiplicidade de ideias e apelos comunicacionais, destacando para cada geração um tipo de apelo e valor”.
Em relação as tecnologias, ele relata que uma das mais novas para ajudar na produção de conteúdo e comunicação é a inteligência artificial generativa (Gen-AI), representada pelo famoso ChatGPT, entre outras soluções.
Já para garantir o engajamento dos clientes, ele aponta para os programas de fidelização, que não são uma novidade, mas são uma estratégia cada vez mais eficaz, diz. “O estudo Panorama de Fidelização no Brasil 2023, produzido pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização, mostra que programas de fidelização contínuos e estruturados fazem a diferença: as empresas que investem nesta ação têm 6 vezes mais interações (transacionais e relacionais) com os seus consumidores. A pesquisa também mostra que a maioria dos consumidores acreditam que os programas de fidelidade melhoram a experiência e a jornada de compra”.
O especialista sinaliza as tendências nas maneiras de fidelizar: o cashback está em primeiro lugar entre as fidelizações que mais causam reações positivas nos consumidores, com 33%, seguido por cupons de desconto (31,5%) e somar pontos (31,4%).
No âmbito administrativo, Elói pontua as tendências de ferramentas para a gestão dos negócios varejistas:
- Inteligência artificial, que pode analisar grandes conjuntos de dados para prever tendências de compra, melhorar a eficiência operacional e fornecer recomendações personalizadas aos consumidores.
- Cloud computing, que permite que as empresas consigam obter uma operação flexível, com fácil e rápido processamento dos dados. Esse tipo de recurso garante ambientes de TI bem estruturados, com atualização e segurança constantes, levando em conta a LGPD, que resguarda tanto a empresa quanto o cliente final.
Por fim, ele ainda elenca as tendência de consumo para o ano:
1. Sustentabilidade. “Os consumidores brasileiros estão cada vez mais exigentes e atentos às práticas ESG, e o varejo não pode ficar de fora dessa pauta. Algumas ações tidas como ‘pequenas’ trazem grandes impactos. Um exemplo é ter um estoque em malha, ou seja, ao invés do varejista distribuir um item de cada produto em cada loja da sua rede, ele instala centros de distribuição em locais estratégicos e que sejam de fácil acesso. Além de os pedidos chegarem mais rápido até o cliente, isso também reduz a pegada de carbono”, pontua.
2. Outros impactos positivos para o meio ambiente e comunidade: “A coleta e estímulo a doações de produtos é outro exemplo de ação simples de ser implementada, e que contribui muito para causas sociais, especialmente cenários de revenda de produtos usados, que casam muito bem com o negócio principal do varejo, ao mesmo tempo que trabalha para gerar um consumo circular, tão necessário em nosso mundo. Vale muito a pena o varejista observar o seu negócio e identificar possíveis oportunidades que causem impactos positivos para o meio ambiente e para a comunidade”.